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Arte

01/08/2016

Revelação no Festival de Dança

Senhora de 69 anos ganha prêmio de revelação em Festival de Dança

Organização do evento surpreendeu ao conceder a uma idosa o reconhecimento tradicionalmente concedido a jovens promessas da dança

Site Jornal Gazeta do Povo

festival de dança



O prêmio de revelação do Festival de Dança de Dança de Joinville geralmente é concedido a jovens e promissores bailarinos ou a coreógrafos com toda uma carreira pela frente. Mas na 34ª edição do evento, que terminou no último sábado (30), o prêmio foi concedido a uma senhora de 69 anos. Angelina Blahobrazoff subiu no palco para receber a homenagem com a ajuda da filha. Ela recebeu uma medalha e R$ 9 mil em reconhecimento pela coreografia Misha, de dança russa, que ficou em 2º lugar em danças populares sênior – categoria na qual competem os participantes a partir de 16 anos.

A coreógrafa de Piçarras, litoral de Santa Catarina, aprendeu a dançar ainda na infância. Filha de uma russa, teve aulas com professores conterrâneos da mãe e, em 1996, fundou a Associação Parafolclórica Angelina Blahobrazoff. Há dez anos, sofreu um aneurisma e ficou com dificuldades de movimentação do lado direito do corpo. Ainda assim, não desistiu da dança, e monta as coreografias e faz os ensaios em parceria com a filha, Katia Blahobrazoff Tomacelli, de 33 anos.

“A dança é a coisa mais importante para mim. Eu vivo disso, não no sentido do dinheiro, mas da vontade, do que eu gosto”, conta Angelina.

O grupo é composto por 22 mulheres entre 40 e 70 anos. Os ensaios são todas as segundas-feiras das 19h30 às 22h. Este ano, 16 bailarinas da associação participaram da apresentação no palco do Centreventos Cau Hansen. E essa não foi a primeira vez que foram premiadas em Joinville. Nas 14 edições em que competiram, já ficaram duas vezes em terceiro lugar, duas em segundo, e até já foram campeãs em 2009.

Katia conta que o reconhecimento com a premiação do grupo e com dona Angelina escolhida como revelação é ainda mais emocionante pelo fato de que competem com jovens, muitos ainda adolescentes, e que se dedicam diariamente aos ensaios. “Competir com outros grupos que até fazem balé e talvez tenham uma técnica mais apurada é bem diferente para elas”, conta Katia. Dona Angelina acrescenta orgulhosa: “Elas nunca dançaram, começaram comigo!”.

A medalha foi um novo estímulo e a revelação do Festival de Dança de Joinville deste ano nem pensa em se afastar dos palcos. “Eu continuo, vou sempre em frente. Eu não paro”, diz Angelina.



Esta notícia foi publicada no site Gazeta do Povo em 01 de agosto de 2016. Todas as informações nela contidas são de responsabilidade da autor.
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