Disciplina - Arte

Arte

09/07/2014

Morre o artista plástico paranaense Domício Pedroso

Obras do pintor estão em exposição no MON. Incluindo o quadro “Construção” (2005) que faz parte da exposição “Histórias do Acervo MON - em aberto”


Morreu nesta segunda-feira (7), em Curitiba, aos 83 anos, o artista plástico paranaense Domício Pedroso. O corpo do artista foi velado e cremado nesta tarde, na Capela Vaticano.

Carlos Domício Moreira Pedroso nasceu em Curitiba em 1930. Foi aluno do pintor Guido Viaro e formou-se na década de 1950 na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Realizou sua primeira exposição individual no ano de 1958, na Biblioteca Pública do Paraná.

No ano seguinte, fez a viagem que definiria sua carreira ao passar três anos em Paris, entre 1959 e 1962. Lá, desenvolveu estudos da comunicação visual, e trabalhou na Radiodiffusion-Télévision Française e no Centro de Informações da Unesco, obtendo o diploma de especialista em técnicas audiovisuais.

Pedroso voltou ao Brasil em 1962, e organizou o Centro Audiovisual da Secretaria de Educação e Cultura para o Governo do Paraná. Na década de 1980, coordenou a Fundação Nacional de Arte (Funarte) para a região Sul do país.

Nunca parou de produzir quadros e gravuras – suas obras estão em acervos de museus como o Museu de Arte de São Paulo, a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e o Museu Oscar Niemeyer (MON), que conta com 13 obras do pintor.

Em 2011, o artista publicou seu primeiro livro Domício Pedroso: Variações em Torno do Tema, com comentários críticos de Adalice Araújo, Ivens Fontoura, Aramis Millarch, entre outros.

Abstracionista


Para o crítico de arte Fer­­­­nando Bini a morte do artista é uma perda “dupla e inestimável”. “Ele era um dos meus melhores amigos, uma das pessoas com as quais eu tinha prazer de conviver”, declarou. Segundo Bini, Pedroso foi um dos grandes artistas do início da fase da abstração no Paraná, na década de 1960, ao lado de Fernando Veloso.

“Eles passam uma temporada em Paris e são figuras chaves do início da abstração no estado. Domício até voltou a figuração, mas sempre manteve alguns elementos abstratos. Deixou uma obra muito bonita e lírica. Para a arte e para os amigos fica um vazio”, disse Bini.

Para a diretora cultural do MON, Estela Sandrini, “Domício foi um dos artistas mais expressivos do estado, além de ser agregador da classe artística e grande produtor e gestor das exposições no Paraná”.

O secretário de Estado da Cultura do Paraná, Paulino Viapiana, também lamentou a morte do artista “que dedicou sua vida não somente à pintura, mas também contribuiu significativamente para a formação cultural do estado, por meio de sua atuação paralela em órgãos públicos”.

Trajetória

Saiba mais sobre o artista plástico Domício Pedroso.

- 1930 – Nasceu em Curitiba, em 28 de dezembro.

- 1948 – Ingressa na Escola de Música e Belas Artes, mas já havia iniciado seu aprendizado artístico no ateliê de Guido Viaro, seu primeiro mestre.

- 1949 – Recebe a Menção Honrosa no Segundo Salão de Belas Artes da Primavera do Clube Concórdia, primeiro prêmio de muitos que receberia, incluindo Prêmios Aquisição do Salão Paranaense.

- 1959 – Viaja para Paris por três anos para travar contato com mais expressivos grupos de vanguarda. Foi o primeiro brasileiro formado em técnicas audiovisuais no Centre Audio-Visuel de Saint-Cloud, com diploma homologado pela Unesco. Retorna ao Brasil em 1962.

- 1963 – Realiza exposição individual no Teatro Guaíra. Organiza e dirige o Centro Audiovisual para a Secretaria de Educação e Cultural do Estado do Paraná.

- 1973 – Criou o Salão de Exposições do Banco de Desenvolvimento do Paraná (Badep) e durante dez anos foi curador da programação cultural ali desenvolvida (de 1973 a 1983). De 1981 a 1990, foi coordenador da Fundação Nacional de Arte – Funarte, para a Região Sul.

- Parte de suas telas fazem parte dos acervos de inúmeros museus, dentre eles, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), o Museu Metropolitano de Artes (MuMA), o Museu de Arte de São Paulo (Masp), o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e a Biblioteca Nacional, ambos no Rio de Janeiro.



Estas informações foram extraídas em 07 de julho de 2014 do site www.gazetadopovo.com.br. Todas as informações são de responsabilidade do autor da matéria
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