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Arte

15/06/2009

Autocromos Lumière - O tempo da cor, no MON

Autocromos Lumière - O tempo da cor



Em comemoração ao Ano da França no Brasil, a exposição exibe, pela primeira vez na América Latina, 70 imagens que tiveram origem nos autocromos de Augusto e Luís Lumière, engenheiros de formação que revolucionaram a fotografia ao imprimir cor às imagens captadas.

A mostra é complementada pela apresentação de uma pintura, películas para a projeção de filmes produzidos pelos irmãos e um autocromo original. O processo da fotografia colorida dos Lumière é considerado uma das invenções humanas mais inéditas, pela utilização de fécula de batata e placas de vidro. Os autocromos foram patenteados como novo processo de fotografia em 1903. Oito anos antes, em 1895, os irmãos Lumière já haviam patenteado o cinematógrafo, que tornou possível a projeção de filmes; por isso, são apontados como os
Pais do Cinema.


O processo inventado pelos irmãos franceses resulta em imagens que emanam uma preciosa delicadeza nas cores e nos contornos. Com o objetivo de demonstrar a grandeza da invenção dos irmãos Lumière, três grandes telas exibem, simultaneamente, 17 filmes produzidos para projeção no cinematógrafo.


Entre os filmes estão
Banho de Mar (1895), Refeição do Bebê (1895), Chegada de Carro (1896), Aquário com peixes vermelhos (1897) e Épinal: as margens do rio Moselle (1900). No tempo do cinematógrafo, a busca da cor só podia ser artesanal, colorindo-se manualmente cada cópia de projeção, como já se fazia com a fotografia.


A fotografia em cores dos Autocromos Depois de ter contribuído para colocar a fotografia em preto e branco, antes reservada aos profissionais, ao alcance dos amadores, os irmãos Lumière tentam pôr os primeiros balbucios da fotografia em cores, reservadas aos cientistas, ao alcance dos amadores e profissionais. Criam, a partir de 1895, seu próprio processo de síntese tricromo pelo método indireto. Mas três capturas de cena sucessivas, cada uma delas com um filtro colorido para a seleção das cores, limitam seu uso a assuntos totalmente estáticos, e a obtenção da prova final, constituída pela superposição exata de três positivos monocromos tintos, permanece tecnicamente fora do alcance do amador.


Visando a possibilitar a captura de cena em cores numa só etapa, Luís Lumière, por volta de 1900, resolve associar, num suporte único, os filtros coloridos que permitem tanto a seleção das cores na captura de cena quanto sua síntese no momento da visão. Em 17 de dezembro de 1903, registra, junto com o irmão, patente para uma placa que incorpora uma única tela tricromo para separar as radiações coloridas da luz.


Batizado Autocromo, « a cor por si mesma », o processo é comunicado à Academia de Ciências de Paris, em 30 de maio de 1904. Essa rede tricromo é composta por milhões de grãos microscópicos de fécula de batata, tintos de alaranjado, verde e violeta, sendo que cada um deles age como um filtro. Essa mistura é espalhada sobre uma placa de vidro coberta com verniz e, depois, com emulsão preta e branca. A placa assim obtida estava pronta para ser usada, e sua revelação, idêntica à do processo preto e branco da época, só necessitava inversão em positivo da imagem negativa impressa.


Observado por transparência, esse diapositivo sobre vidro só deixa ver, através da emulsão, os grãos de fécula que correspondem às cores do assunto. Como na pintura pontilhada, é a totalidade do olhar lançado à imagem que, por confusão ótica, reconstitui todos os matizes nascidos da justaposição dessa multidão heterogênea de pontos coloridos, a qual constitui o fundamento do encanto pictórico dessas fotografias.


Após essa patente, Luís Lumière dá prosseguimento a suas pesquisas, a fim de elaborar a complexa fabricação industrial das placas. Em junho de 1907, o Autocromo Lumière, primeiro processo comercial de fotografia em cores, é introduzido no mercado. Pela primeira vez no mundo, a reprodução fotográfica das cores se encontra ao alcance de todos.


Fonte: Site Curitiba Interativa.
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